quinta-feira, 19 de março de 2015

CLASSE GRAMATICAL DO A

Emprego do A como
Artigo, pronome pessoal e preposição.




Furto de Flor
Carlos Drummond de Andrade

Furtei uma flor daquele jardim. O porteiro do edifício cochilava e eu furtei a flor.


Trouxe-a para casa e coloquei-a no copo com água. Logo senti que ela não estava feliz. O copo destina-se a beber, e flor não é para ser bebida.
Passei-a para o vaso, e notei que ela me agradecia, revelando melhor sua delicada composição. Quantas novidades há numa flor, se a contemplarmos bem.
Sendo autor do furto, eu assumira a obrigação de conservá-la. Renovei a água do vaso, mas a flor empalidecia. Temi por sua vida. Não adiantava restituí-la ao jardim. Nem apelar para o médico de flores. Eu a furtara, eu a via morrer.
Já murcha, e com a cor particular da morte, peguei-a docemente e fui depositá-la no jardim onde desabrochara. O porteiro estava atento e repreendeu-me:
_ Que ideia a sua, vir jogar lixo de sua casa neste jardim!



 (Contos Plausíveis. RJ, José Olympio)
1.      Observe que o “a” pertence a três classes gramaticais diferentes no texto   artigo, pronome pessoal e preposição.

No 1º. Parágrafo,  observe o emprego do a
1.      ARTIGO
  “Eu furtei a flor” – a determina o substantivo flor, portanto a é artigo.
2.      PRONOME PESSOAL
Já em “Trouxe-a para casa”  “coloquei-a no copo”( a substitui flor, portanto é um pronome pessoal oblíquo)
3.      PREPOSIÇÃO
“O   copo a beber”( o A está antes de um verbo ) neste caso, o A tem sentido de para , portanto A é preposição.

Exercícios

Continuando a leitura do texto, identifique a classe gramatical do A e justifique sua resposta.
1.    Quantas novidades há numa flor, se a contemplarmos bem.

2.      Eu assumira a obrigação de conservá-la.

3.      Renovei a água do vaso, mas a flor empalidecia.

4.      Não adiantava restituí-la ao jardim.

5.      Eu a furtara, eu a via morrer.



6.      e com a cor particular da morte, peguei-a docemente e fui depositá-la(...)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

O ASSASSINO ERA O ESCRIBA

O assassino era o escriba Neste poema, o autor critica o uso  de ironia e duplo sentido quando se refere aos termos empregados nas...