E quando a bênção não vem?
Considero um dos aspectos mais difíceis da fé a perseverança
na oração quando a bênção não vem. O desafio máximo para mim é aquela súplica
repetida, dias, meses, anos consecutivos, sem nenhum vislumbre da possibilidade
da bênção pedida.
Em primeiro lugar você testa seu pedido para verificar se
ele está de acordo com a Palavra de Deus e comprova que está.
Em segundo lugar você se examina para sondar seu interior e
buscar, por ventura, algum pecado oculto, algum pecado não confessado, e sente,
no espírito, que nessa área tudo está acertado com o Senhor.
Em terceiro lugar você apela para as orações de pessoas
fiéis, dignas, probas; apela para as orações de grupos de oração, apela para
orações de pastores e nada se modifica.
É deserto espiritual. É aridez completa. Tremendas
interrogações se levantam no seu interior e satanás não perde tempo para tentar
desequilibrar seu raciocínio espiritual transformando-o num raciocínio mundano.
Em meio a toda essa batalha íntima, há agravamento nas circunstâncias para as
quais você roga, suplica e implora a bênção.
Você jejua, lê a Bíblia, ora com sinceridade, é fiel no
dízimo, dá bom testemunho de Cristo, está agregado ao Corpo de Cristo – a
Igreja, você coopera, louva e a bênção não vem.
Parece que o céu se tornou de chumbo espesso e que o
Pai não ouve você. Mil vezes, irmãos bem intencionados, tentando consolar você,
disseram que há o tempo do Senhor e o nosso, que há uma promessa para a sua vida,
que já está para acontecer, e você à espera da bênção recebida (vive como se
ela já tivesse acontecido) e “ainda não”; que virá. Enfim, há inúmeras frases,
bem feitas e bíblicas que procuram dar uma desculpa.
Todos sinceros, amigos boníssimos que veem o seu sofrimento
e querem ajudar, verificaram de sua parte, de que alguém, ou muitas pessoas, já
receberam aquela bênção que você intensamente pede. Que há com você? Falta fé?
Onde está o seu Deus? Necessariamente, e nesse enfraquecimento você ouve a voz
do Pai:
“Eu não me esqueci de você filha. A bênção virá, creia! Ela
virá com certeza! Sabe que você não seria a crente que é se não sofresse esse
desafio? Sabe que hoje você me busca muito mais, me ama muito mais, me serve
muito mais. Sabe por que Eu ainda não liberei a bênção que você pede tanto?
Estou aguardando, filha, mas é a manifestação maior da minha graça que está
nesse processo todo. Minha graça tem consolado você, tem-lhe dado muita paciência, tem feito de você uma pessoa perdoadora sem limites. Durante esse tempo,
filha, sua vaidade cedeu lugar à humildade sincera, seu temperamento explosivo, transformou-se na meiguice do seu comportamento. Como você aprendeu a viver!
Como você aprendeu a controlar a língua! Como você aprendeu a economizar seus
recursos! Tudo isso filha, porque você está dentro de um rígido sistema de vida
que a eleva e que nunca a diminui. Eu ouvi todas as orações que você fez.
Continue orando sem cessar, pois esse é o meu propósito para você. Fui Eu quem
fez isso.”
Daí você compreende, fortalecida em Cristo, que a terna mão
do Pai nunca se afastou de você. Seu amor imensurável jamais falhou em
protegê-la. Que a soberania de Deus ainda é reconhecida em sua plenitude.
Então, ajoelhada, contrita em lágrimas, você se recorda do
apóstolo Paulo, tantas vezes provando na carne e repete feliz e crendo: “A
minha graça te basta”.
Texto adaptado de "Autor desconhecido"
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