ERROS MEUS, MÁ FORTUNA, AMOR ARDENTE
Soneto autobiográfico
O soneto aborda o passado
do eu-lírico e a dor que sente ao recordá-lo. Ele já não tem esperança
na alegria de viver, sente-se iludido pelo Amor “De amor não vi senão breves
enganos” (v. 12) “ Em erros meus, má fortuna”, o poeta fala do seu destino que
o castiga.
O tom do poema é o lamento
do poeta diante da vida e suas ilusões sobre o destino e o amor.
Erros meus, má fortuna, amor ardente
Em minha perdição se conjuraram;
Os erros e a fortuna sobejaram,
Que para mim bastava o amor, somente.
Tudo passei; mas tenho tão presente
A grande dor das cousas que passaram,
Que as magoadas iras me ensinaram
A não querer já nunca ser contente.
Errei todo o discurso de meus anos;
Dei causa a que a Fortuna castigasse
As minhas mal fundadas esperanças.
De amor não vi senão breves enganos…
Oh! Quem tanto pudesse que fartasse
Este meu duro Génio de vinganças!
Em minha perdição se conjuraram;
Os erros e a fortuna sobejaram,
Que para mim bastava o amor, somente.
Tudo passei; mas tenho tão presente
A grande dor das cousas que passaram,
Que as magoadas iras me ensinaram
A não querer já nunca ser contente.
Errei todo o discurso de meus anos;
Dei causa a que a Fortuna castigasse
As minhas mal fundadas esperanças.
De amor não vi senão breves enganos…
Oh! Quem tanto pudesse que fartasse
Este meu duro Génio de vinganças!
Luis Vaz de Camões
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