sábado, 14 de fevereiro de 2015

CAMÕES





ERROS MEUS, MÁ FORTUNA, AMOR ARDENTE

Soneto autobiográfico
O soneto aborda o passado do eu-lírico e a dor  que  sente ao recordá-lo. Ele já não tem esperança na alegria de viver, sente-se iludido pelo Amor “De amor não vi senão breves enganos” (v. 12) “ Em erros meus, má fortuna”, o poeta fala do seu destino que o castiga.

O tom do poema é o lamento do poeta diante da vida e suas ilusões sobre o destino e o amor.

Erros meus, má fortuna, amor ardente
Em minha perdição se conjuraram;
Os erros e a fortuna sobejaram,
Que para mim bastava o amor, somente.

Tudo passei; mas tenho tão presente
A grande dor das cousas que passaram,
Que as magoadas iras me ensinaram
A não querer já nunca ser contente.

Errei todo o discurso de meus anos;
Dei causa a que a Fortuna castigasse
As minhas mal fundadas esperanças.

De amor não vi senão breves enganos…
Oh! Quem tanto pudesse que fartasse
Este meu duro Génio de vinganças!
Luis Vaz de Camões

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