VARIAÇÃO LINGUÍSTICA
A linguagem é um privilégio dos seres humanos. Por meio dela expressamos sentimentos, revelamos conhecimento, manifestamos opiniões e nos relacionamos com o outro.
Há basicamente dois níveis de linguagem: o formal e o informal.
a) Formal: ligado à norma culta da Língua, tanto na linguagem falada, como na escrita , obedecendo às normas gramaticais.
b) Informal: ligado à oralidade e à linguagem coloquial, tanto falada como escrita.
De acordo com as condições sociais, culturais, regionais e históricas encontramos as VARIEDADES LINGUISTICAS.
Dentre essas variações, estão as gírias, os jargões e o linguajar caipira.
As gírias pertencem ao universo lingüístico especifico de certos grupos: jogadores de futebol, funkeiros, surfistas, entre outros.
Exemplo de gírias entrte ladrões: “mão leve”,”fulastra””batedor”, “amostreiro’
Os jargões caracterizam uma linguagem mais técnica ligada ao âmbito de determinadas classes de profissionais: médicos, advogados, educadores, dentre outros.
Jargão médico:
Dois ortopedistas conversando no consultório:
- A paciente apresenta um quadro de condromalácia patelar de joelho esquerdo.
Dizer para o paciente que ele sofre de alopécia androgênica pode causar um infarto no camarada; quando, na verdade, ele apresenta apenas uma calvície.
Jargão policial: “desovar o cadáver “ “enrolar o presunto”.
Além disso, recomenda-se para uma comunicação eficiente que sejam usadas as palavras de acordo com o contexto. Não falamos da mesma maneira com nosso colega de serviço e com o gerente da nossa conta bancária.
Linguajar caipira: mais comum entre pessoas de baixa escolaridade ou que residem na região rural.
Exemplos: vestir a "carça", levar um" barde" de água; "ponhar mais sar no arroi."
Alguns exemplos de linguagem caipira na música:
Homi não chora - Rolando Boldrin
Hoje aqui, oiando pra vancê meu pai,
To me alembrando quanto tempo faz
Que pela primeira vez na vida eu chorei.
Não foi quando nasci pru que sei que vim
berrando...
E disso ninguém se alembra, não.
Foi quando um dia eu caí...levei um trupicão,
Eu era criança. Me esfolei, a perna me doeu,
Quis chorá, oiei pra vancê, que esperança.
Vancê não correu pra do chão me alevanta.
Só me oiô e me falô:
- Que isso, rapaz ? Alevanta já daí...
HOMI NÃO CHORA.
Aquilo que vancê falô naquela hora,
Calou bem fundo,
pru que vancê era o maió homi do mundo.
Não sabia menti nem pra mim nem pra
ninguém...
O tempo foi passando...cresci também...
Mas sempre me alembrando..
To me alembrando quanto tempo faz
Que pela primeira vez na vida eu chorei.
Não foi quando nasci pru que sei que vim
berrando...
E disso ninguém se alembra, não.
Foi quando um dia eu caí...levei um trupicão,
Eu era criança. Me esfolei, a perna me doeu,
Quis chorá, oiei pra vancê, que esperança.
Vancê não correu pra do chão me alevanta.
Só me oiô e me falô:
- Que isso, rapaz ? Alevanta já daí...
HOMI NÃO CHORA.
Aquilo que vancê falô naquela hora,
Calou bem fundo,
pru que vancê era o maió homi do mundo.
Não sabia menti nem pra mim nem pra
ninguém...
O tempo foi passando...cresci também...
Mas sempre me alembrando..
Saudosa maloca
Dá licença de "contá"
Que aqui onde agora está
Esse "edifício arto"
Era uma casa véia
Um palacete assombradado
Foi aqui seu moço
Que eu, Mato Grosso e o Joca
Construímo nossa maloca
Mais, um dia
Nóis nem pode se alembrá
Veio os homi c'as ferramentas
O dono mandô derrubá
Peguemo todas nossas coisas
E fumos pro meio da rua
Aprecia a demolição
Que tristeza que nóis sentia
Cada táuba que caía
Duia no coração
Mato Grosso quis gritá
Mas em cima eu falei:
Os homis tá cá razão
Nós arranja outro lugar
Só se conformemo quando o Joca falou:
"Deus dá o frio conforme o cobertor"
E hoje nóis pega a páia nas grama do jardi
E prá esquecê nóis cantemos assim:
Saudosa maloca, maloca querida,
Dim dim donde nóis passemos os dias feliz de nossas vidas
Saudosa maloca,maloca querida,
Dim dim donde nóis passemo os dias feliz de nossas vidas
O Arnesto nos convidou pra um samba,
ele mora no Brás
Nós fumos não encontremos ninguém
Nós voltermos com uma baita de uma reiva
Da outra vez nós num vai mais
Nós não semos tatu!
No outro dia encontremo com o Arnesto
Que pediu desculpas mais nós não aceitemos
Isso não se faz, Arnesto, nós não se importa
Mas você devia ter ponhado um recado na porta
Um recado assim ói: "Ói, turma, num deu pra esperá
Aduvido que isso, num faz mar, num tem importância,
Assinado em cruz porque não sei escrever.
Samba do Arnesto, Adoniran Barbosa
Outros exemplos:
muito bom!
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