quinta-feira, 10 de abril de 2014

ESOPO E A LÍNGUA





Esopo e a língua

 Esopo era um escravo de rara inteligência que servia à casa de um conhecido chefe militar da antiga Grécia. Certo dia em que seu patrão conversava com outro companheiro sobre os males e as virtudes do mundo, Esopo foi chamado a dar a sua opinião sobre o assunto, ao que respondeu seguramente:
 Tenho a mais absoluta certeza de que a maior virtude da Terra está à venda no mercado.
Como? – perguntou o amo, surpreso – Tens certeza do que estás falando? Como podes afirmar tal coisa?
Não só afirmo, como, se meu amo permitir, irei até lá e trarei a maior virtude da Terra.
Com a devida autorização do amo, saiu Esopo e, dali a alguns minutos, voltou carregando um pequeno embrulho. Ao abrir o pacote, o velho chefe encontrou vários pedaços de língua e, enfurecido, deu ao escravo uma chance para se explicar.
Meu amo, não vos enganei – retrucou o escravo ¾A língua é, realmente, a maior das virtudes. Com ela podemos consolar, ensinar, esclarecer, aliviar e conduzir. Pela língua os ensinos dos filósofos são divulgados, os conceitos religiosos são espalhados, as obras dos poetas se tornam conhecidas de todos. Acaso podeis negar essas verdades, meu amo?
 Boa, meu caro – retrucou o amo – Já que és desembaraçado, que tal trazer-me agora o pior vício do mundo?
É perfeitamente possível, senhor. E com nova autorização de meu amo, irei novamente ao mercado e de lá trarei o pior vício de toda Terra.
Concedida a permissão, Esopo saiu novamente e dali a minutos voltava com outro pacote, semelhante ao primeiro. Ao abri-lo, o amo encontrou novamente pedaços de língua. Desapontado, interrogou o escravo e obteve dele surpreendente resposta:
Por que vos admirais de minha escolha? Do mesmo modo que a língua, bem utilizada, se converte numa sublime virtude, quando relegada a planos inferiores, se transforma no pior dos vícios. Através dela tecem-se as intrigas e as violências verbais. Através dela, as verdades mais santas, por ela mesma ensinadas, podem ser corrompidas e apresentadas como anedotas vulgares e sem sentido. Através da língua, estabelecem-se as discussões infrutíferas, os desentendimentos prolongados e as confusões populares que levam ao desequilíbrio social. Acaso podeis refutar o que digo? ¾ indagou Esopo.
Impressionado com a inteligência invulgar do serviçal, o senhor calou-se, comovido, e, no mesmo instante, reconhecendo o disparate que era ter um homem tão sábio como escravo, deu-lhe a liberdade.
Esopo aceitou a libertação e tornou-se, mais tarde, um contador de fábulas muito conhecido da Antiguidade, cujas histórias até hoje se espalham por todo o mundo.

(Autor desconhecido) texto com adaptações

1) Essa narrativa tem como protagonistas:



( ) o amo e o patrão

( ) o chefe militar e o escravo

( ) o companheiro e o patrão

( ) o servo e o escravo



2) Dê um  sinônimo para as palavras  palavra grifadas:
 a) “indagou Esopo”
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b) Em “impressionado com a inteligência invulgar do serviçal...”, o adjetivo destacado significa:
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3) Segundo o texto, a língua tanto serve para as virtudes quanto para os vícios do mundo. Retire do 9º. Parágrafo  do texto uma passagem que comprove  as virtudes e os vícios respectivamente.
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5) Em “por ela mesma ensinadas...”, a palavra destacada está no feminino plural em concordância com:



( ) “violências”

( ) “anedotas”

( ) “verdades”

( ) “discussões”



6) Em “Ao abri-lo”, o pronome foi usado para substituir a seguinte palavra:



( ) pacote

( ) amo

( ) primeiro

( ) Esopo


7) Por que Esopo foi libertado?
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8) Retire dois exemplos de verbo no imperativo negativo.
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9. “Certo dia em que seu patrão conversava com outro companheiro sobre os males e as virtudes do mundo, Esopo foi chamado a dar a sua opinião sobre o assunto, ao que respondeu seguramente:”
N passagem acima, em que tempo e modo estão os verbos grifados? Explique a diferença de sentido entre eles.

10. Retire do 9º. Parágrafo duas orações com o verbo no presente do indicativo.
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 “Meu amo, não vos enganei – retrucou o escravo ¾A língua é, realmente, a maior das virtudes. Com ela podemos consolar, ensinar, esclarecer, aliviar e conduzir. Pela língua os ensinos dos filósofos são divulgados, os conceitos religiosos são espalhados, as obras dos poetas se tornam conhecidas de todos. Acaso podeis negar essas verdades, meu amo?”

11. Identifique e classifique os verbos do trecho acima.

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