sábado, 19 de novembro de 2016

Remorso






De uma profundidade ímpar, este soneto de Bilac nos faz pensar nas oportunidades que deixamos passar; nas decisões que poderíamos ter tomado, mas não fizemos nada... Covardia? cuidado? medo das consequências? não sei...

Remorso

Às vezes, uma dor me desespera...
Nestas ânsias e dúvidas em que ando.
Cismo e padeço, neste outono, quando
Calculo o que perdi na primavera.

Versos e amores sufoquei calando,
Sem os gozar numa explosão sincera...
Ah! Mais cem vidas! com que ardor quisera
Mais viver, mais penar e amar cantando!

Sinto o que desperdicei na juventude;
Choro, neste começo de velhice,
Mártir da hipocrisia ou da virtude,

Os beijos que não tive por tolice,
Por timidez o que sofrer não pude,
E por pudor os versos que não disse!

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