Apesar de toda essa fragilidade aparente, ela consegue aprisionar o coração do poeta.
Um mover de olhos, brando e piedoso,
Sem ver de quê; um riso brando e honesto,
Quase forçado; um doce e humilde gesto,
De qualquer alegria duvidoso;
Um despejo quieto e vergonhoso;
Um repouso gravíssimo e modesto;
Uma pura bondade, manifesto
Indício da alma, limpo e gracioso;
Um encolhido ousar; uma brandura;
Um medo sem ter culpa; um ar sereno;
Um longo e obediente sofrimento:
Esta foi a celeste fermosura
Da minha Circe, e o mágico veneno
Que pôde transformar meu pensamento.
Este soneto foi composto por Luís de Camões ,homenageando Monalisa, a obra-prima de Leonardo Da Vinci, no período da Renascença.
ResponderExcluirNa última estrofe, o poeta se refere a Circe, personagem mitológica da obra "Odisseia", do poeta da Antiguidade Clássica, Homero. (Professora Rita Helena Neves).
Ótima lembrança, profa. Rita, obrigada!
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