quarta-feira, 3 de maio de 2017

UM MOVER DE OLHOS



Este soneto compõe a figura  mulher idealizada: delicada, submissa, discreta, sorriso brando.
Apesar de toda essa fragilidade aparente, ela consegue aprisionar o coração do poeta.

Um mover de olhos, brando e piedoso,
Sem ver de quê; um riso brando e honesto,
Quase forçado; um doce e humilde gesto,
De qualquer alegria duvidoso;

Um despejo quieto e vergonhoso;
Um repouso gravíssimo e modesto;
Uma pura bondade, manifesto
Indício da alma, limpo e gracioso;

Um encolhido ousar; uma brandura;
Um medo sem ter culpa; um ar sereno;
Um longo e obediente sofrimento:

Esta foi a celeste fermosura
Da minha Circe, e o mágico veneno
Que pôde transformar meu pensamento.

2 comentários:

  1. Este soneto foi composto por Luís de Camões ,homenageando Monalisa, a obra-prima de Leonardo Da Vinci, no período da Renascença.
    Na última estrofe, o poeta se refere a Circe, personagem mitológica da obra "Odisseia", do poeta da Antiguidade Clássica, Homero. (Professora Rita Helena Neves).

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