domingo, 21 de setembro de 2014

Colocação pronominal

QUESTÃO COMENTADA

COLOCAÇÃO PRONOMINAL E CRASE

VUNESP - 2014 - Fundacentro - Assistente em Ciência e Tecnologia

Na Zona Sul, a montanha que ____    com o lixo não recolhido chegaria____ altura do Pão de Açúcar. Isso para nós, os pobres, cuja comida e cujo consumo não chegam  __1 kg de lixo/dia. Nos países ricos,_____ ____em média 2 kg de lixo/dia.
De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, as lacunas da frase devem ser preenchidas, correta e respectivamente, com:
a) faria-se ... a ... à ... geram-se
b) se faria ... à ... à ... se geram
c) faria-se ... a ... a ... se geram
d) far-se-ia ... a ... a ... geram-se
e) se faria ... à ... a ... geram-se

alternativa e

sábado, 20 de setembro de 2014

FUVEST - QUESTÕES COMENTADAS


 FUVEST 2ª. FASE - Questões comentadas

Questão 1
Leia o seguinte texto, que trata das diferenças entre fala e escrita:
Talvez ainda mais digno de atenção seja o desaparecimento [na escrita] da mímica e das inflexões ou variações do tom da voz. A sua falta tem de ser suprida por outros recursos.
É, neste sentido, que se torna altamente instrutiva a velha anedota, que nos conta a indignação de um rico fazendeiro ao receber de seu filho um telegrama com a frase singela — “mande-me dinheiro”, que ele lia e relia emprestando lhe um tom rude e imperativo. O bom homem não era tão néscio quanto a anedota dá a entender: estava no direito de exigir da formulação verbal uma qualidade que lhe fizesse sentir a atitude filial de carinho e respeito e de refugar uma frase que, sem a ajuda de gestos e entoação adequada, soa à leitura espontaneamente como ríspida e seca.
J. Mattoso Câmara Jr., Manual de expressão oral e escrita. Adaptado.

a)  Considerando-se que o verbo da frase do telegrama está no imperativo, se essa mesma frase fosse dita em uma conversa telefônica, haveria possibilidade de o pai entendê-la de modo diferente? Explique.

b) Reescreva a frase do telegrama, acrescentando-lhe, no máximo, três palavras e a pontuação adequada, de modo a atender a exigência do pai, mencionada no texto.
Resolução

Questão 2
Avalie a redação das seguintes frases:
I. O futebol conquistou um papel na sociedade tanto culturalmente como econômico e político.
II. Os clubes buscam a expansão do número de associados bem como reduzir gastos com publicidade.
III. Doravante tais fatos, fica claro que o futebol exerce uma grande influência no cotidiano do brasileiro.
IV. O técnico declarou aos jornalistas que, para o próximo jogo, ele tem uma carta na manga do colete.
a) Reescreva as frases I e II, corrigindo a falta de paralelismo nelas presente.
b) Reescreva as frases III e IV, eliminando a inadequação vocabular que elas apresentam.

Questão 3
Considere o seguinte texto, para atender ao que se pede:
O orgulho é a consciência (certa ou errada) do nosso próprio mérito; a vaidade, a consciência (certa ou errada) da evidência do nosso próprio mérito para os outros. Um homem pode ser orgulhoso sem ser vaidoso, pode ser ambas as coisas, vaidoso e orgulhoso, pode ser — pois tal é a natureza humana — vaidoso sem ser orgulhoso. É difícil à primeira vista compreender como podemos ter consciência da evidência do nosso mérito para os outros, sem a consciência do nosso próprio mérito. Se a natureza humana fosse racional, não haveria explicação alguma. Contudo, o homem vive a princípio uma vida exterior, e mais tarde uma interior; a noção de efeito precede, na evolução da mente, a noção de causa interior desse mesmo efeito. O homem prefere ser exaltado por aquilo que não é, a ser tido em menor conta por aquilo que é. É a vaidade em ação.
                                                                                Fernando Pessoa, Da literatura europeia.

a)      Considerando-a no contexto em que ocorre, explique a frase “o homem vive a princípio uma vida exterior, e mais tarde uma interior”.

b)       Reescreva a frase “O homem prefere ser exaltado por aquilo que não é, a ser tido em menor conta por
aquilo que é”, substituindo por sinônimos as expressões sublinhadas.

Questão 4

Entrevistado por Clarice Lispector, para a pergunta “Como você encara o problema da maturidade?”, Tom
Jobim deu a seguinte resposta: “Tem um verso do Drummond que diz: ‘A madureza, esta horrível prenda…’   Não sei, Clarice, a gente fica mais capaz, mas também mais exigente”.
Nota: O verso citado por Tom Jobim é o início do poema “A ingaia ciência”, de Carlos Drummond de Andrade, e sua versão  correta é: “A madureza, essa terrível prenda”.

a)  Aponte dois recursos expressivos empregados pelo poeta na expressão “terrível prenda”.
b)  Reescreva a resposta de Tom Jobim, eliminando as marcas de coloquialidade que ela apresenta e fazendo  as alterações necessárias.

Questão 5

Leia o seguinte texto, para atender ao que se pede:
Conversa de abril

É abril, me perdoareis. Estou completamente cansado. Retorno à aldeia depois de três dias de galope de jipe pelas estradas confusas de caminhões e poeira e explosões. Tenho no bolso um caderno de notas.
Quereis que vos descreva essas montanhas e vales, e o que fazem os seres humanos neste tempo de primavera? Deixai-me estirar o corpo na cama; depois tiro as botas. Ouvi-me. As montanhas, já vos descreverei as montanhas.
Rubem Braga*
* Rubem Braga foi correspondente de guerra junto à FEB, Força Expedicionária Brasileira, durante a Segunda Guerra Mundial. O fragmento acima pertence a uma de suas crônicas desse período.

a)  Reescreva o seguinte trecho, dando-lhe características narrativas e empregando a terceira pessoa do plural, em lugar da segunda:
“Tenho no bolso um caderno de notas. Quereis que vos descreva essas montanhas e vales, e o que fazem os seres humanos neste tempo de primavera?”

b)  Tendo em vista as informações contidas no excerto, o início do texto — “É abril” — é coerente com o emprego do pronome este, em “neste tempo de primavera”? Explique.

Questão 6
Leia o seguinte trecho de uma reportagem, para em seguida atender ao que se pede:

Cantoria de sabiá-laranjeira na madrugada divide ouvidos paulistanos


Diz uma antiga lenda indígena que, durante as madrugadas, no início da primavera, quando uma criança ouve o canto de um sabiá-laranjeira, ela é abençoada com amor, felicidade e paz. Isso lá na floresta. Na selva urbana, a história é outra: tem gente se revirando na cama com a sinfonia que chega a durar duas horas seguidas antes mesmo de clarear o dia.
“Morei 35 anos no interior paulista e nunca fui acordada por passarinho algum”, conta uma moradora do Brooklin (zona sul). “Agora, em plena São Paulo barulhenta e caótica, minhas madrugadas têm sido bem diferentes”.
Folha de S.Paulo, 16/09/2013. Adaptado.
a)  Tendo em vista o contexto, é possível concluir, de modo irrefutável, que a citada moradora do Brooklin faz parte dos paulistanos que não apreciam o canto do sabiá-laranjeira? Justifique com base no texto.

b)  Reescreva os trechos do texto que se encontram em discurso direto, empregando o discurso indireto e fazendo as modificações necessárias.

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

A VONTADE DO FALECIDO



Grupo de estudos – Leitura e interpretação de texto

A VONTADE DO FALECIDO

Seu Irineu Boaventura não era tão bem-aventurado assim, pois sua saúde não era lá para que se diga. Pelo contrário, seu Irineu ultimamente já tava até curvando a espinha, tendo merecido, por parte de vizinhos mais irreverentes, o significativo apelido de “Pé- na-Cova”. Se digo significativo é porque seu Irineu Boaventura realmente já dava a impressão de que, muito brevemente, iria comer capim pela raiz, isto é, iam plantar ele e botar um jardinzinho por cima.
Se havia expectativa em torno do passamento do seu Irineu? Havia sim. O velho tinha os seus guardados. Não eram bens imóveis, pois seu Irineu conhecia de sobra Altamirando, seu sobrinho, e sabia que, se comprasse terreno, o nefando parente se instalaria nele sem a menor cerimônia. De mais a mais, o velho era antigão: não comprava o que não precisava e nem dava dinheiro por papel pintado. Dessa forma, não possuía bens imóveis nem ações […]. A erva dele era viva. Tudo guardado em pacotinhos, num cofrão verde que ele tinha no escritório.
Nessa erva é que a parentada botava olho grande […] principalmente depois que o velho começou a ficar com aquela cor de uma bonita tonalidade cadavérica. O sobrinho, embora mais mau-caráter do que o resto da família, foi o que teve a atitude mais leal, porque, numa tarde em que seu Irineu tossia muito, perguntou assim de supetão:
- Titio, se o senhor puser o bloco na rua, pra quem é que fica o seu dinheiro, hein?
O velho, engasgado de ódio, chegou a perder a tonalidade cadavérica e ficar levemente ruborizado, respondendo com voz rouca:
- Na hora em que eu morrer, você vai ver, seu cretino.
Alguns dias depois, deu-se o evento. Seu Irineu pisou no prego e esvaziou. Apanhou um resfriado, do resfriado passou à pneumonia, da pneumonia passou ao estado de coma e do estado de coma não passou mais. Levou pau e foi reprovado.[…]
- Bota titio na mesa da sala de visitas – aconselhou Altamirando; e começou o velório. Tudo que era parente com razoáveis esperanças de herança foi velar o morto. Mesmo parentes desesperançados compareceram ao ato fúnebre, porque estas coisas vocês sabem bem como são: velho rico, solteirão, rende sempre um dinheirão. Horas antes do enterro, abriram o cofrão verde onde havia sessenta milhões em cruzeiros, vinte em pacotinhos de “Tiradentes” e quarenta em pacotinhos de “Santos Dumont”:
- O velho tinha menos dinheiro do que eu pensava – disse alto o sobrinho.
E logo adiante acrescentava baixinho:
- Vai ver, gastava com mulher.
Se gastava ou não, nunca se soube. Tomou-se – isto sim – conhecimento de uma carta que estava cuidadosamente colocada dentro do cofre, sobre o dinheiro. E na carta o velho dizia: “Quero ser enterrado junto com a quantia existente neste cofre, que é tudo o que eu possuo e que foi ganho com o suor do meu rosto, sem a ajuda de parente vagabundo nenhum.” E, por baixo, a assinatura com firma reconhecida para não haver dúvida: Irineu de Carvalho Pinto Boaventura.
Pra quê! Nunca se chorou tanto num velório sem se ligar pro morto. A parentada chorava às pampas, mas não apareceu ninguém com peito para desrespeitar a vontade do falecido. Estava todo o mundo vigiando todo o mundo, e lá foram aquelas notas novinhas arrumadas ao lado do corpo, dentro do caixão.
Foi quase na hora do corpo sair. Desde o momento em que se tomou conhecimento do que a carta dizia, que Altamirando imaginava um jeito de passar o morto pra trás. Era muita sopa deixar aquele dinheiro ali pro velho


gastar com minhoca. Pensou, pensou e, na hora que iam fechar o caixão, ele deu um grito de “pera aí”. Tirou os sessenta milhões de dentro do caixão, fez um cheque da mesma importância, jogou lá dentro e disse “fecha”.
- Se ele precisar, mais tarde desconta o cheque no Banco.

(Stanislaw Ponte Preta. Dois amigos e um chato. São Paulo, Moderna, 1986)

Questões sobre o texto
1. Qual o assunto do texto?
2. Resuma em um parágrafo a ideia central do texto.
3. Havia algum parente que se preocupava com a saúde de Irineu? Explique.
4. O que você achou da ideia de Altamirando? Você concorda com ele?
5. No texto há algumas palavras escritas em linguagem coloquial. Reescreva-as de acordo com a norma padrão da língua portuguesa.
6.Dê o significado das seguintes expressões:
a. " pé-na-cova" :________________________________________
b. " pisou no prego  e esvaziou: " _____________________________________
c." não dava dinheiro por papel pintado"  ______________________________
d: chorava às pampas": ___________________________________________
e: " A erva dele era viva" ____________________________________________

O ASSASSINO ERA O ESCRIBA

O assassino era o escriba Neste poema, o autor critica o uso  de ironia e duplo sentido quando se refere aos termos empregados nas...