quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

Questões - Concurso público


01
(VUNESP - 2014 - MPE-SP - Auxiliar de Promotoria) - Leia o texto para responder a questão.

Chuvas com lembranças
Começam a cair uns pingos de chuva. Tão leves e raros que
nem as borboletas ainda perceberam, e continuam a pousar, às
tontas, de jasmim em jasmim. As pedras estão muito quentes, e
cada gota que cai logo se evapora. Os meninos olham para o céu
cinzento, estendem a mão – vão fazer outra coisa. (Como deseja-
riam pular em poças d’água! – Mas a chuva não vem...)
Nas terras secas, tanta gente a esta hora está procurando, também,
no céu um sinal de chuva! E nas terras inundadas, quanta
gente estará suspirando por um raio de sol!
Penso em chuvas de outrora: chuvas matinais, que molham
cabelos soltos, que despencam as flores das cercas, que entram
pelos cadernos escolares e vão apagar a caprichosa caligrafia dos
exercícios!
Chuvas de viagens: tempestade na Mantiqueira, quando nem
os ponteiros do para-brisa dão vencimento à água; quando
apenas se vê, na noite, a paisagem súbita e fosfórea mostrada pelos
relâmpagos.
Chuvas antigas, nesta cidade nossa, de eternas enchentes:
a de 1811, que com o desabamento de uma parte do Morro do
Castelo soterrou várias pessoas, arrastou pontes, destruiu
caminhos e causou tal pânico em toda a cidade que durante sete dias
as igrejas e capelas estiveram abertas, acesas, com os sacerdotes
e o povo a pedirem a misericórdia divina.
Chuvas modernas, sem igrejas em prece, mas com as ruas
igualmente transformadas em rios, os barracos a escorregarem
pelos morros; barreiras, pedras, telheiros a soterrarem pobre gente!
Por enquanto, caem apenas algumas gotas aqui e ali, que
nem as borboletas percebem. Os meninos esperam em vão pelas
poças d’água onde pulariam contentes. Tudo é apenas calor e
céu cinzento, um céu de pedra onde os sábios e avisados tantas
coisas liam, outrora...
“São Jerônimo, Santa Bárbara Virgem, lá no céu está escrito,
entre a cruz e a água benta: Livrai-nos, Senhor, desta tormenta!”
(Cecília Meireles, Escolha o seu sonho. Adaptado)
Assinale a alternativa correta quanto ao uso do acento indicativo da crase.
1.   a)Os meninos querem que a chuva comece à cair.
2.   b)E os meninos ficam à espera de chuva intensa.
3.   c)As borboletas vão de um jardim à outro.
4.   d(Mas a chuva não chega à ninguém.
        e(As borboletas ainda não perceberam à leve chuva.

02
(IDIB - 2016 - Prefeitura de Novo Gama - GO - Agente de Endemias) - O reúso da água em um processo de produção ou de industrialização se dá, dentro do próprio ciclo produtivo, mais comumente, em:
1.   a. Residências.
2.   b. Prédios comerciais.
3.   c. Indústrias ou fábricas.
4.   d.Repartições públicas.

03
(EDUCA - 2019 - Prefeitura de Várzea - PB - Auxiliar de Serviços Gerais) - Das opções abaixo, assinale em qual delas, a partícula SE tem função de conjunção integrante:
1.   a. A criança machucou-se muito hoje
2.   b. Contaram-se histórias ontem na escola.
3.   c. Ela não cansa de queixar-se.
4.   d. Vendem-se casas de alto preço.
5.   e. Quero saber se ela virá à festa.

04
( Makiyama - 2016 - Prefeitura de Salgueiro - PE - Auxiliar de Enfermagem) 
Considere o texto a seguir para responder à questão.
A culpa não é da internet
Problemas modernos não são responsabilidade da tecnologia, mas do mau uso que fazemos dela
São várias as queixas: estaríamos ficando superficiais, desatentos, desmemoriados, desinteressados. De quem é a culpa? Dizem que da internet, do mundo moderno, das novas tecnologias, disso tudo junto. Segundo alguns trabalhos publicados em livro e rapidamente alardeados pelos jornalistas, falta de atenção é consequência de janelas demais piscando no monitor, a abundância de informação é um convite à superficialidade, falta de memória é o “efeito Google”, falta de tempo é culpa de e-mails demais por responder. Para eles, nosso cérebro é vítima das circunstâncias modernas.
Eu discordo veementemente. Não vejo problema no que o mundo moderno faz com nosso cérebro – pelo contrário, só vejo coisas boas na facilidade de acesso a notícias, na facilidade de contato com amigos e parentes distantes, na profundidade de informação que hoje podemos obter. Para mim, o problema está em nós mesmos: em como nos deixamos sucumbir a tentações e imposições que nos são apresentadas através das novas tecnologias.
Para começar, não vejo como “a internet” poderia reduzir nosso tempo de atenção sustentada e tornar nosso conhecimento superficial. É preciso muita atenção focada para passar horas ininterruptas em frente a videogames, e, além do mais, sites de busca, Wikipédia e jornais internacionais acessíveis às pontas dos seus dedos permitem a qualquer um se tornar um profundo conhecedor de política internacional ou biologia das fossas abissais sem sair de casa. Aprofundar-se ou surfar superficialmente é uma questão do uso que se escolhe fazer de um mundo inteiro, agora, navegável.
O mesmo se aplica à memória. A tecnologia nos permite terceirizar facilmente nossa memória, delegando-a à agenda do celular, que guarda nossos contatos, endereços e compromissos, e à memória coletiva da Wikipédia e tantos outros sites acessíveis via internet. Quem de fato ainda tenta memorizar números de telefone?
O problema é que, sem tentar, não há como memorizar o que quer que seja – e, sem exigir da sua memória, não há como mantê-la tinindo. A memória não depende de simples exposição à informação, e sim do processamento ativo dela, que precisa receber atenção, ser associada a outras informações, e ainda ser considerada importante pelo cérebro. Se não for importante, não entra para a memória. Portanto, não há como se lembrar de um número de telefone que você apenas o digitou em seu celular!
Também não é verdade que a internet nos deixe desatentos ao fornecer “informação demais”. Nossa atenção já é limitada – e pelo próprio cérebro: só conseguimos nos concentrar em uma coisa de cada vez. Por causa dessa limitação, sempre há mais informação disponível do que conseguimos processar – e isso não é culpa da internet. Por outro lado, conhecendo essa limitação, quem tem problemas para se manter focado pode se ajudar reduzindo o número de tarefas disputando sua atenção a cada instante, por exemplo, reduzindo o número de janelas abertas em seu computador.
O mesmo vale para o e-mail, que acelerou a velocidade das trocas por escrito – e, ao contrário das predições catastróficas da época em que surgiu, hoje nos faz escrever mais do que anteriormente. Recebemos e-mails às dúzias por dia, muitos deles nos cobrando respostas imediatas. E aqui está mais um mau uso da tecnologia, culpa nossa: poder responder imediatamente a e-mails não significa ter de fazê-lo na hora, encorajando a cobrança alheia. Nossos problemas modernos não são culpa da tecnologia, mas do (mau) uso que fazemos dela
Fonte:http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/a_culpa_nao_e_da_intern et.html. Adaptado.


No que diz respeito ao que o autor do texto afirma sobre a nossa memória, na frase: “O problema é que, sem tentar, não há como memorizar o que quer que seja – e, sem exigir da sua memória, não há como mantê-la tinindo”, a gíria grifada tem o mesmo sentido de:
1.   a.falho
2.   b.impecável
3.   c.defeituoso
4.   d.zunido

05
Assinale a alternativa  que contém um substantivo comum-de-dois:
1.   a. A irmã dele foi sequestrada
2.   b. Ela tem muito medo de barata
3.   c. A vítima foi socorrida pelos bombeiros
4.   d. O cliente tem sempre razão

06
Transpondo para a voz passiva a frase: Teremos comprado algo mais. a forma verbal resultante é:
1.   a.Terá de ser comprado
2.   b.Ter-se-á sido comprado
3.   c. Teremos de comprar
4.   d. Terá sido comprado
5.   e. Terão sido comprados

07
(CESPE - 2019 - TJ-AM - Assistente Judiciário - Programador) - De cedo, aprendi a subir ladeira e a pegar bonde andando. Posso dizer, com humildade orgulhosa, que tive morros e bondes no meu tempo de menino.
Nossa pobreza não era envergonhada. Ainda não fora substituída pela miséria nos morros pobres, como o da Geada. Que tinha esse nome a propósito: lá pelos altos do Jaguaré, quando fazia muito frio, no morro costumava gear. Tínhamos um par de sapatos para o domingo. Só. A semana tocada de tamancos ou de pés no chão.
Não há lembrança que me chegue sem os gostos. Será difícil esquecer, lá no morro, o gosto de fel de chá para os rins, chá de carqueja empurrado goela abaixo pelas mãos de minha bisavó Júlia. Havia pobreza, marcada. Mas se o chá de carqueja me descia brabo pela goela, como me é difícil esquecer o gosto bom do leite quente na caneca esmaltada estirada, amorosamente, também no morro da Geada, pelas mãos de minha avó Nair.
A miséria não substituíra a pobreza. E lá no morro da Geada, além do futebol e do jogo de malha, a gente criava de um tudo. Havia galinha, cabrito, porco, marreco, passarinho, e a natureza criava rolinha, corruíra, papa-capim, andorinha, quanto. Tudo ali nos Jaguarés, no morro da Geada, sem água encanada, com luz só recente, sem televisão, sem aparelho de som e sem inflação.
Nenhum de nós sabia dizer a palavra solidariedade. Mas, na casa do tio Otacílio, criavam-se até filhos dos outros, e estou certo que o nosso coração era simples, espichado e melhor. Não desandávamos a reclamar da vida, não nos hostilizávamos feito possessos, tocávamos a pé pra baixo e pra cima e, quando um se encontrava com o outro, a gente não dizia: “Oi!”. A gente se saudava, largo e profundo: − Ô, batuta*!
*batuta: amigo, camarada.
(Texto adaptado. João Antônio. Meus tempos de menino. In: WERNEK, Humberto (org.). Boa companhia: crônicas. São Paulo, Companhia das Letras, 2005, p. 141-143)
Está escrito em conformidade com as regras de concordância este livre comentário:
1.   a. Água encanada, televisão, aparelho de som, nada disso eram acessíveis aos moradores.
2.   b. O hábito de subir ladeiras e pegar bondes andando foram adquiridos logo cedo.
3.   c. Posso dizer que fez parte do meu tempo de menino os morros e os bondes do Jaguaré.
4.   d. Quando eu tinha dores nos rins, as mãos de minha bisavó Júlia me serviam chá de carqueja.
5.   e. Quando se encontrava na rua, as pessoas tinham o costume de se saudar dizendo “Ô, batuta!”.

08
(BIO-RIO - 2015 - IABAS-RJ - Agente Comunitário de Saúde) - 
TEXTO I
O FACEBOOK
Facebook é um site e serviço de rede social que foi lançado em 4 de fevereiro de 2004, operado e de propriedade privada da Facebook Inc. Em 4 de outubro de 2012, o Facebook atingiu a marca espantosa de 1 bilhão de usuários ativos, sendo por isso a maior rede social em todo o mundo. Em média 316.455 pessoas se cadastram, por dia, no Facebook, desde sua criação em 4 de fevereiro de 2004. Os usuários devem se registrar antes de utilizar o site, após isso, podem criar um perfil pessoal, adicionar outros usuários como amigos e trocar mensagens, incluindo notificações automáticas quando atualizarem o seu perfil. Além disso, os usuários podem participar de grupos de interesse comum de outros utilizadores, organizados por escola, trabalho ou faculdade, ou outras características, e categorizar seus amigos em listas como “as pessoas do trabalho” ou “amigos íntimos”. O nome do serviço decorre do nome coloquial para o livro dado aos alunos no início do ano letivo por algumas administrações universitárias nos Estados Unidos para ajudar os alunos a conhecerem uns aos outros. O Facebook permite que qualquer usuário que declare ter pelo menos 13 anos possa se tornar usuário registrado do site.
(Wikipedia, setembro de 2015)
“Os usuários devem se registrar antes de utilizar o site”.
A forma de reescrever-se esse segmento do texto que mantém a correção e o significado original é:
1.   a. Antes de utilizar o site, os usuários devem registrar-se.
2.   b. Os usuários devem registrarem-se antes de utilizar o site.
3.   c. Os usuários devem, antes de utilizar o site, registrarem-se.
4.   d. Antes de utilizarem o site, devem registrar-se os usuários.
5.   e. Devem registrar-se os usuários, antes da utilização do site.

09
(Big Advice - 2017 - Prefeitura de Dracena - SP - Auxiliar de enfermagem) - Em: “A cada dia que passa, mais me espanta a falta de interesse nos estudos.” Quanto aos elementos sintáticos presentes, temos:
1.   a. Sujeito simples, predicado verbal, objeto direto.
2.   b. Sujeito simples, predicado verbo-nominal, adjunto adverbial.
3.   c. Adjunto adverbial, predicado nominal, adjunto adverbial.
4.   d. Adjunto adnominal, predicado verbal, objeto indireto.
5.   e. Adjunto adnominal, sujeito oculto, predicado verbal.

10
( FCC - 2018 - IAPEN-AP - Agente Penitenciário) - 

A solidão é distinta do simples fato de se estar sem uma pessoa por perto; da mesma forma, estar acompanhado não é a garantia de eliminá-la. Nos grandes centros urbanos, estamos cercados por milhões de pessoas. Seria aceitável pensar que os solitários eram as antigas pessoas do campo, separadas por quilômetros de um aglomerado.
Podemos dizer o contrário hoje: nas grandes cidades, o mal da solidão é ainda mais devastador. Concentração demográfica, sim, porém com esvaziamento de laços pessoais e significativos. Grandes condomínios que acumulam histórias paralelas que nunca se encontram. Vizinhos que trocam cumprimentos formais nas áreas comuns, mas sabem que não podem contar com ninguém. Pessoas que não criam vínculos afetivos que tornem a existência mais interessante.
A solidão sempre deixa um gosto melancólico sobre a experiência da vida. Não estamos falando da doença chamada depressão, em que uma pessoa, contra a vontade, vai perdendo vínculos com o mundo. Estamos falando de algo que não é uma doença psíquica. A solidão é um problema contemporâneo. Isolamento social não é apenas uma situação atípica: transformou-se em verdadeira epidemia.
(Adaptado de: KARNAL, Leandro. O dilema do porco-espinho. São Paulo: Planeta do Brasil, 2018, edição digital.)
... da mesma forma, estar acompanhado não é a garantia de eliminá-la. (1° parágrafo)
Grandes condomínios que acumulam histórias paralelas que nunca se encontram. (2° parágrafo)
Pessoas que não criam vínculos afetivos que tornem a existência mais interessante. (2° parágrafo)
Os pronomes sublinhados acima referem-se, na ordem dada,

1.   a.  pessoa − histórias paralelas – a existência
2.   b.  pessoa − Grandes condomínios − Pessoas
3.   c.  solidão – histórias paralelas – vínculos afetivos
4.   d.  solidão – histórias paralelas – a existência
5.  e.  solidão – Grandes condomínios – vínculos afetivos



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