domingo, 29 de janeiro de 2012

Análise sintática - exercícios com gabarito

EXERCÍCIOS DE ANÁLISE SINTÁTICA, retirados de vestibulares e concursos públicos.

Procure resolver os exercícios sem consultar o gabarito.

Bom trabalho!
Exercícios de função sintática parte I
1.      (UF-MG) Em todas as alternativas, o termo em negrito exerce a função de sujeito, exceto em:
a) Quem sabe de que será capaz a mulher de seu sobrinho?
b) Raramente se entrevê o céu nesse aglomerado de edifícios.
c) Amanheceu um dia lindo, e por isso todos correram às piscinas.
d) Era somente uma velha, jogada num catre preto de solteiros.
e) É preciso que haja muita compreensão para com os amigos.

2. (FMU) Em “Eu era enfim, senhores, uma graça de alienado.“, os termos da oração grifados são respectivamente, do ponto de vista sintático:
a) adjunto adnominal, vocativo, predicativo do sujeito
b) adjunto adverbial, aposto, predicativo do objeto
c) adjunto adverbial, vocativo, predicativo do sujeito
d) adjunto adverbial, vocativo, objeto direto
e) adjunto adnominal, aposto, predicativo do sujeito

3. (PUC) “O homem está imerso num mundo ao qual percebe …” A palavra em negrito é:
a) objeto direto preposicionado
b) objeto indireto
c) adjunto adverbial
d) agente da passiva
e) adjunto adnominal


4. (CESGRANRIO) Assinale a frase cujo predicado é verbo-nominal:
a) “Que segredos, amiga minha, também são gente …”
b) “… eles não se vexam dos cabelos brancos …”
c) “… boa vontade, curiosidade, chama-lhe o que quiseres …”
d) “Fiquemos com este outro verbo.”
e) “… o assunto não teria nobreza nem interesse …”

5. (UF-UBERLÂNDIA) Todos os itens abaixo apresentam o pronome relativo com função de objeto direto, exceto:
a) “Aurélia não se deixava inebriar pelo culto que lhe rendiam.”
b) “Está fadigada de ontem? perguntou a viúva com a expressão de afetada ternura que exigia o seu cargo.”
c) “… com a riqueza que lhe deixou seu avô, sozinha no mundo, por força que havia de ser enganada.”
d) “… O Lemos não estava de todo restabelecido do atordoamento que sofrera.”
e) “Não o entendiam assim aquelas três criaturas, que se desviviam pelo ente querido.”


6. (UF-MG) A oração sublinhada está corretamente classificada, EXCETO em:
a) Casimiro Lopes pergunta se me falta alguma coisa / oração subordinada adverbial condicional
b) Agora eu lhe mostro com quantos paus se faz uma canoa / oração subordinada substantiva objetiva direta
c) Tudo quanto possuímos vem desses cem mil réis / oração subordinada adjetiva restritiva
d) Via-se muito que D. Glória era alcoviteira / oração subordinada substantiva subjetiva
e) A ideia é tão santa que não está mal no santuário / oração subordinada adverbial consecutiva
7. (UF-MG) Na frase: “Maria do Carmo tinha a certeza de que estava para ser mãe”, a oração destacada é:
a) subordinada substantiva objetiva indireta
b) subordinada substantiva completiva nominal
c) subordinada substantiva predicativa
d) coordenada sindética conclusiva
e) coordenada sindética explicativa

8. (FM-SANTOS) A segunda oração do período? “Não sei no que pensas”, é classificada como:
a) substantiva objetiva direta
b) substantiva completiva nominal
c) adjetiva restritiva
d) coordenada explicativa
e) substantiva objetiva indireta
9. (MACK) “Na ‘Partida Monção’, não há uma atitude inventada. Há reconstituição de uma cena como ela devia ter sido na realidade.” A oração sublinhada é:
a) adverbial conformativa
b) adjetiva
c) adverbial consecutiva
d) adverbial proporcional
e) adverbial causal
10. (AMAN) No seguinte grupo de orações destacadas:
1. É bom que você venha.
2. Chegados que fomos, entramos na escola.
3. Não esqueças que é falível.
Temos orações subordinadas, respectivamente:
a) objetiva direta, adverbial temporal, subjetiva
b) subjetiva, objetiva direta, objetiva direta
c) objetiva direta, subjetiva, adverbial temporal
d) subjetiva, adverbial temporal, objetiva direta
e) predicativa, objetiva direta, objetiva indireta

11. (UF-PR) Na oração “Pássaro e lesma, o homem oscila entre o desejo de voar e o desejo de arrastar”, Gustavo Corção empregou a vírgula:
a) por tratar-se de antíteses
b) para indicar a elipse de um termo
c) para separar vocativo
d) para separar uma oração adjetiva de valor restritivo
e) para separar aposto
12. (EPCAR) “Bem-aventurado, pensei eu comigo, aquele em que os afagos de uma tarde serena de primavera no silêncio da solidão produzem o torpor dos membros.” No período em apreço, usaram-se vírgulas para separar:
a) uma oração pleonástica
b) uma oração coordenada assindética
c) um adjunto deslocado
d) elementos paralelos
e) uma oração intercalada
13. (EPCAR) A partícula apassivadora está exemplificada na alternativa:
a) Fala-se muito nesta casa.
b) Grita-se nas ruas.
c) Ouviu-se um belo discurso.
d) Ria-se de seu próprio retrato.
e) Precisa-se de um dicionário.
14. (U-UBERLÂNDIA) Classifique o “se” na frase: “Ele queixou-se dos maus tratos recebidos”.
a) partícula integrante do verbo
b) conjunção condicional
c) pronome apassivador
d) conjunção integrante
e) símbolo de indeterminação do sujeito

15. (EPCAR) O se é índice de indeterminação do sujeito na frase:
a) Não se ouvia o sino.
b) Assiste-se a espetáculos degradantes.
c) Alguém se arrogava o direito de gritar.
d) Perdeu-se um cão de estimação.
e) Não mais se falsificará tua assinatura.

GABARITO PARTE I

Exercícios função sintática parte II
1.Na oração: “Foram chamados às pressas todos os vaqueiros da fazenda vizinha”, o núcleo do sujeito é:
a) todos;
b) fazenda;
c) vizinha;
d) vaqueiros;
e) pressas.

2. Assinale a alternativa em que o sujeito está incorretamente classificado:

a) chegaram, de manhã, o mensageiro e o guia (sujeito composto);
b) fala-se muito neste assunto (sujeito indeterminado);
c) vai fazer frio à noite (sujeito inexistente);
d) haverá oportunidade para todos (sujeito inexistente);
e) não existem flores no vaso (sujeito inexistente).

3.Em “Éramos três velhos amigos, na praia quase deserta”, o sujeito desta oração é:
a) subentendido;
b) claro, composto e determinado;
c) indeterminado;
d) inexistente;
e) claro, simples e determinado.

4.Marque a oração em que o termo destacado é sujeito:
a) houve muitas brigas no jogo;
b) Ia haver mortes, se a polícia não interviesse;
c) faz dois anos que há bons espetáculos;
d) existem muitas pessoas desonestas;
e) há muitas pessoas desonestas.

5. Indique a única frase que não tem verbo de ligação:
a) o sol estava muito quente;
b) nossa amizade continua firme;
c) suas palavras pareciam sinceras;
d) ele andava triste;
e) ele andava rapidamente.

6. Considere a frase: “Ele andava triste porque não encontrava a companheira”, os verbos grifados são respectivamente:

a) transitivo direto - de ligação;
b) de ligação - intransitivo;
c) de ligação - transitivo - indireto;
d) transitivo direto - transitivo indireto;
e) de ligação - transitivo direto.

7.Na praça deserta um homem caminhava - o sujeito é:
a) indeterminado;
b) inexistente;
c) simples;
d) oculto por elipse;
e) composto.

8.Na oração:”Anunciaram grandes novidades” - o sujeito é:
a) simples;
b) composto;
c) indeterminado;
d) elíptico;
e) inexistente.

9. “O toque dos sinos ao cair da noite era trazido lá da cidade pelo vento”. O termo grifado é:
a) sujeito;
b) objeto direto;
c) objeto indireto;
d) complemento nominal;
e) agente da passiva.

10.“Eu andava satisfeito com o mundo e comigo mesmo”, o período é:
a) simples;
b) composto por coordenação;
c) composto por subordinação;
d) composto por coordenação e subordinação;
e) composto de duas orações.

11. Na oração “Mestre Reginaldo, o impoluto, é uma sumidade no campo das ciências” - o termo grifado é:
a) adjunto adnominal;
b) vocativo;
c) predicativo;
d) aposto;
e) sujeito simples.

12.Na expressão: “por todos era apedrejado o Luizinho”, o termo grifado é:
a) objeto direto;
b) objeto indireto;
c) sujeito;
d) complemento nominal;
e) agente da passiva.

13. Dentre as orações abaixo, uma contém complemento nominal. Qual?
a) Meu pensamento é subordinado ao seu.
b) Você não deve faltar ao encontro.
c) Irei à sua casa amanhã.
d) Venho da cidade às três horas.
e) Voltaremos pela rua escura ...

14. Assinale a alternativa em que o termo grifado é adjunto adnominal:
a) Sua falta aos encontros sufocava o nosso amor.
b) Ela é uma fera maluca.
c) Ela é maluca por lambada nacional.
d) Não tenho medo da louca.
e) O amor de Deus é o primeiro mandamento.

15.Em “a linguagem do amor está nos olhos” – os termos grifados são respectivamente:
a) complemento nominal e predicativo do sujeito;
b) adjunto adnominal e predicativo do sujeito;
c) adjunto adnominal e objeto direto;
d) complemento nominal e adjunto adverbial;
e) adjunto adnominal e adjunto adverbial.

16. “Diga ao povo que fico” é um período:
a) simples;
b) composto por coordenação;
c) composto por subordinação;
d) composto por coordenação e subordinação;
e) composto de três orações.

17. “Saúde e felicidade são as minhas aspirações na vida” – nessa expressão o sujeito é:
a) simples;
b) composto;
c) indeterminado;
d) oculto;
e) oração sem sujeito.

18.Na expressão: “Ordem e progresso, esse é o nosso lema” – o sujeito é:
a) simples;
b) composto;
c) indeterminado;
d) oculto;
e) inexistente.

19. Já na expressão “O prefeito Odorico nomeou Dirceu Borboleta ajudante de ordens” – as palavras grifadas funcionam como:
a) objeto direto;
b) objeto indireto;
c) predicativo do sujeito;
d) aposto;
e) predicativo do objeto

20.O verbo de “confio este carro à distinção dos senhores passageiros” é:
a) transitivo direto;
b) transitivo indireto;
c) transitivo direto e indireto;
d) intransitivo;
e) de ligação.

21. Em: “Era inverno e fazia frio” – há duas orações cujos sujeitos são respectivamente:
a) inexistente e indeterminado;
b) indeterminado e inexistente;
c) inexistente e inexistente;
d) indeterminado e indeterminado;
e) N. R. A. porque ambos são compostos.

22. Qual o período simples?

a) Encontrará, talvez, no caminho da vida, asperezas, ingratidões, grosserias, injustiças, brutalidades. . .;
b) Quem sabe se não encontrará inimigos cruéis e “amigos” pérfidos;
c) Dorme, dorme meu anjinho, que a “Mamã” vela por ti . . .;
d) Ela defende-o e protege-o;
e) Faz cinco anos que o procuro.

23.Confiamos no futuro Desconhecemos as coisas do futuro. Temos confiança no futuro
- Nas expressões acima, os termos grifados funcionam respectivamente, como:

a) objeto indireto; adjunto adnominal; complemento nominal;
b) objeto indireto; complemento nominal; objeto indireto;
c) objeto indireto; objeto indireto; complemento nominal;
d) objeto direto; adjunto adnominal; objeto indireto;
e) objeto direto; sujeito; complemento nominal.

24. Em: “faz anos que não chove no sertão” – há duas orações com sujeito:
a) simples;
b) composto;
c) indeterminado;
d) inexistente;
e) elíptico.

25.Em: “pediram-me papai e mamãe que eu fosse mais audacioso”:
a) o sujeito da primeira oração é simples e o da segunda é inexistente;
b) o sujeito da primeira oração é composto e o da segunda, é simples;
c) o sujeito da primeira oração é indeterminado e o da segunda, inexistente;
d) o sujeito da primeira oração é inexistente e o da segunda indeterminado;
e) o sujeito da primeira oração é composto e o da segunda inexistente.

26. Em: “À boca da noite a cata-piolhos rezava baixinho . . .” , o sujeito é:
a) simples;
b) composto;
c) indeterminado;
d) inexistente;
e) oculto.

27.Em qual das alternativas o verbo grifado é de ligação?
a) Quando você pára, eu continuo.
b) Amélia continua mulher de verdade.
c) Esta “droga” de relógio não anda.
d) Andei dois quilômetros a pé.
e) Nos primeiros dias aprendi as notas musicais.

28.O predicado é nominal em:

I - Você acha Cristina bonita, mamãe?
II - O mundo podia ser tranqüilo.
III - “Zé Mané” não estava embriagado.
IV - O guarda noturno permanece atento a todos os perigos.
V - Os transeuntes ficaram assustados.

a) I - II - III;
b) II - III;
c) II - IV;
d) III - IV - V - II;
e) I - II - IV.

29. Dentre as orações abaixo, uma tem sujeito indeterminado. Qual?
a) A nossa casa parecia uma arca de Noé.
b) Não iria além de um vice-campeonato.
c) As águas trafegam furiosas.
d) Atropelaram um boi lá na gentil.
e) No lugar só ficou a surpresa.

30.Na oração: “Diziam que ele era igualzinho a meu pai”, o sujeito da primeira oração é:
a) simples;
b) composto;
c) indeterminado;
d) inexistente;
e) oculto.

31.Dê a função sintática do elemento grifado: “Mestre Cupijó, ouviu-se há dias a sua grande obra”.
a) adjunto adnominal;
b) sujeito;
c) vocativo;
d) aposto;
e) objeto direto.

32. Em: “o homem não gosta de reconhecer a inevitabilidade de uma morte natural . . .”, a expressão grifada é:

a) adjunto adnominal;
b) adjunto adverbial;
c) complemento nominal;
d) agente da passiva;
e) sujeito.

33. “Ué, gente: vocês ainda não foram pra sala? !” – o sujeito:
a) simples;
b) composto;
c) indeterminado;
d) inexistente;
e) oculto.

34. Em: “Bebe que é doce, papai” – a palavra grifada funciona como:
a) sujeito;
b) aposto;
c) vocativo;
d) adjunto adverbial;
e) adjunto adnominal.


GABARITO - função sintática parte II






quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Interpretação de texto:Fuvest



 INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS - FUVEST

    (FUVEST) Texto para as questões 1 a 6:
      A FLAUTA E O SABIÁ
      Em rico estojo de veludo, pousado sobre uma mesa de charão, jazia uma flauta de prata. Justamente por cima da mesa, em riquíssima gaiola suspensa ao teto, morava um sabiá. Estando a sala em silêncio, e descendo um raio de sol sobre a gaiola, eis que o sabiá, contente, modula uma ária.
      Logo a flauta escarninha põe-se a casquinar no estojo como a zombar do módulo cantor silvestre.
      - De que te ris? indaga o pássaro.
      E a flauta em resposta:
      - Ora esta! pois tens coragem de lançar guinchos diante de mim?
      - E tu quem és? ainda que mal pergunte.
      - Quem sou? Bem se vê que és um selvagem. Sou a flauta. Meu inventor, Mársias, lutou com Apolo e venceu-o. Por isso o deus despeitado o imolou. Lê os clássicos.
      - Muito prazer em conhecer... Eu sou um mísero sabiá da mata, pobre de mim! fui criado por Deus muito antes das invenções. Mas deixemos o que lá foi. Dize-me: que fazes tu?
      - Eu canto.
      - O ofício rende pouco. Eu que o diga que não faço outra coisa. Deixarei, todavia, de cantar - e antes nunca houvesse aberto o bico porque, talvez, sendo mudo, não me houvessem escravizado - se, ouvindo a tua voz, convencer-me de que és superior a mim. Canta! Que eu aprecie o teu gorjeio e farei como for de justiça.
      - Que eu cante?!...
      - Pois não te parece justo o meu pedido?
      - Eu canto para regalo dos reis nos paços; a minha voz acompanha hinos sagrados nas igrejas. O meu canto é a harmoniosa inspiração dos gênios ou a rapsódia sentimental do povo.
      - Pois venha de lá esse primor. Aqui estou para ouvir-te e para proclamar-te, sem inveja, a rainha do canto.
      - Isso agora não é possível.
      - Não é possível! por quê?
      - Não está cá o artista.
      - Que artista?
      - O meu senhor, de cujos lábios sai o sopro que transformo em melodia. Sem ele nada posso fazer.
      - Ah! é assim?
      - Pois como há de ser?
      - Então, minha amiga - modéstia à parte - vivam os sabiás! Vivam os sábias e todos os pássaros dos bosques, que cantam quando lhes apraz, tirando do próprio peito o alento com que fazem a melodia. Assim da tua vanglória há muitos que se ufanam. Nada valem se os não socorre o favor de alguém; não se movem se os não amparam; não cantam se lhes não dão sopro; não sobem se os não empurram. O sabiá voa e canta - vai à altura porque tem asas, gorjeia porque tem voz. E sucede sempre serem os que vivem do prestígio alheio, os que mais alegam triunfos. Flautas, flautas... cantam nos paços e nas catedrais... pois venha daí um dueto comigo.
      E, ironicamente, a toda a voz, pôs-se a cantar o sabiá, e a flauta de prata, no estojo de veludo... moita.
      Faltava-lhe o sopro.
      (Coelho Neto)

    1. Do texto, pode-se inferir que a cena começa:

a.     num recinto em silêncio.
b.     ao ar livre, numa varanda iluminada pelo sol.
c.     no paço real, com um festa oferecida pelos cortesãos para regalar o monarca.
d.     no adro de uma igreja, ao som dos hinos sagrados.
e.      na prateleira de uma das salas ensolaradas de uma ruidosa loja de instrumentos musicais.

     2. Dentre as seguintes expressões proverbiais, indique aquela que melhor se aplica ao texto "A flauta e o sabiá":
      a) Gato escaldado tem medo de água fria.
      b) Não se deve fazer continência com o chapéu alheio.
      c) Patrão fora, feriado na loja.
      d) Mais vale um pássaro na mão que dois voando.
      e) Santo de casa não faz milagre.

      3. Dentre as seguintes passagens do texto, assinale a que justifica o contentamento do sabiá:

a.      "... riquíssima gaiola suspensa ao teto...".
b.     "... sobre uma mesa de charão, jazia uma flauta... por cima da mesa... morava um sabiá...".
c.     "... descendo um raio de sol sobre a gaiola ...".
d.     "Estando a sala em silêncio...".
e.     "... o sabiá, contente, modula uma ária".

      4. No texto, a expressão o deus refere-se a:
      a) Apolo (o deus do sol)                      d) Deus (criador do sabiá)
      b) Mársias (o gênio da flauta)            e) o Senhor da flauta
      c) Orfeu (o deus da música)

     5. Com a frase Lê os clássicos, a flauta está sugerindo que o sabiá:

a.    conheça os autores que foram contemplados com o Prêmio Nobel de literatura.
b.     desconhece os compositores de música clássica.
c.    deve ler os principais "best-sellers".
d.      ignora a cultura greco-latina.
e.     lê os clássicos brasileiros.

      6. O sabiá desafiou a flauta a cantar porque:

a.    quem canta para reis devotos nas igrejas canta para qualquer pessoa.
b.     as flautas foram inventadas para cantar.
c.      cantar era uma arte própria da flauta.
d.    ele mesmo não conseguiria abrir o bico.
e.     a flauta havia menosprezado o talento dele.

 (FUVEST) Texto para as questões 7 a 14:
      Um dia desta semana, farto de vendavais, naufrágios, boatos, mentiras, polêmicas, farto de ver como se descompõem os homens, acionistas e diretores, importadores e industriais, farto de mim, de todos, de um tumulto sem vida, de um silêncio sem quietação, peguei de uma página de anúncios, e disse comigo:
      - Eia, passemos em revistas as procuras e ofertas, caixeiros desempregados, pianos, magnésias, sabonetes, oficiais de barbeiro, casas para alugar, amas-de-leite, cobradores, coqueluche, hipotecas, professores, tosses crônicas...
      E o meu espírito, estendendo e juntando as mãos e os braços, como fazem os nadadores, que caem do alto, mergulhou por uma coluna abaixo. Quando voltou à tona trazia entre os dedos esta pérola:
      "Uma viúva interessante, distinta, de boa família e independente de meios, deseja encontrar por esposo um homem de meia-idade, sério, instruído, e também com meios de vida, que esteja como ela, cansado de viver só, resposta por carta ao escritório desta folha, com as iniciais M.R. ... anunciando, a fim de ser procurada essa carta."
      Gentil viúva, eu não sou o homem que procuras, mas desejava ver-te, ou, quando menos, possuir o teu retrato, porque tu não és qualquer pessoa, tu vales alguma cousa mais que o comum das mulheres. Ai de quem está só! dizem as sagradas letras; mas não foi a religião que te inspirou esse anúncio. Nem motivo teológico, nem metafísico. Positivo também não, porque o positivismo é infenso às segundas núpcias. Que foi então, senão a triste, longa e aborrecida experiência? Não queres amar, estás cansada de viver só.
      E a cláusula de ser esposo outro aborrecido, farto de solidão, mostra que tu não queres enganar, nem sacrificar ninguém. Ficaram desde já excluídos os sonhadores, os que amem o ministério e procurem justamente esta ocasião de comprar um bilhete na loteria da vida. Que não pedes um diálogo de amor, é claro, desde que impões a cláusula da meia-idade, zona em que as paixões arrefecem, onde as flores vão perdendo a cor purpúrea e o viço eterno. Não há de ser um náufrago, à espera de uma tábua de salvação, pois que exiges que também, possua. E há de ser instruído, para encher com as cousas do espírito as longas noites do coração, e contar (sem as mãos presas) a tomada de Constantinopla.
      Viúva dos meus pecados, quem és tu que sabes tanto? O teu anúncio lembra a carta de certo capitão da guarda de Nero. Rico, interessante, aborrecido, como tu, escreveu um dia ao grave Sêneca, perguntando-lhe como se havia de curar do tédio que sentia, e explicava-se por figura: "Não é a tempestade que me aflige, é o enjôo do mar." Viúva minha, o que tu queres realmente, não é um marido, é um remédio contra o enjôo. Vês que a travessia ainda é longa, - porque a tua idade está dentre trinta e dous e trinta e oito anos, - o mar é agitado, o navio joga muito; precisas de um preparado para matar esse mal cruel e indefinível. Não te contenta com o remédio de Sêneca, que era justamente a solidão, "a vida retirada, em que a lama acha todo o seu sossego". Tu já provaste esse preparado; não te fez nada. Tentas outro; mas queres menos um companheiro que uma companhia.
      (Machado de Assis, A Semana, 1882)

      7. Em qual dos elementos abaixo se baseia a imagem mais recorrente no texto?
      a) água                d) fogo
      b) terra                 e) sol
      c) ar

      8. No trecho "Ficam desde já excluídos os sonhadores..." (§6º), entende-se que os sonhadores ficam excluídos do grupo dos que:
      a) têm condições de serem escolhidos.
      b) desejam comprar um bilhete da loteria.
      c) sacrificam os outros.
      d) querem um diálogo de amor.
      e) amam o mistério.

      9. No trecho "... precisas de um preparado para matar esse mal cruel e indefinível." (§7º), o "mal" é:
      a) a falta de amor                      d) a saudade do casamento
      b) o tédio da solidão                 e) a aproximação da velhice
      c) o enjôo do mar

      10. De acordo com o texto, o cronista teve desejo de ver a viúva porque:
      a) ela era distinta e interessante.
      b) ela possuía bens que a tornavam independente.
      c) ela lhe parecia superior às outras mulheres.
      d) ela estava triste e precisava de consolo.
      e) ele também estava cansado de viver só.

      11. De acordo com o texto, o capitão:

a.     pretendia, por motivos pessoais, deixar suas funções de guarda do imperador.
b.       não suportava mais a solidão das prolongadas viagens marítimas.
c.     tinha a saúde abalada pelo sacudir constante do navio.
d.     estava aborrecido porque tinha conflitos com seus companheiros de
trabalho.
e.    devia procurar a solução para seu problema dentro de si mesmo.

      12. Infere-se do texto que, na opinião do cronista:
a.  a viúva, tendo sido feliz no primeiro casamento, desejava retomar no segundo o ritmo daqueles dias que se haviam ido.
b. o primeiro marido da viúva fora uma pessoa séria e aborrecida, que poucas alegrias lhe dera enquanto vivo.
c.   a viúva pretendia encontrar, no segundo casamento, uma vida mais cheia de aventuras e viagens emocionantes.
d. o verdadeiro objetivo da viúva era constituir uma fortuna razoável, juntando suas posses às do futuro marido.
e. a morte do primeiro marido deixara na vida de sua mulher um vazio que ela desejava preencher com outro casamento.

      13. De acordo com o texto:
     a.  o eventual pretendente à viúva deve procurar resposta a sua carta na redação do jornal.
b. a viúva, ou alguém em seu lugar, procurará na redação a carta do eventual pretendente.
c. o jornal veiculará novo anúncio, em resposta aos eventuais pretendentes da viúva.
d. a viúva deixará na redação do jornal uma carta, em resposta ao pretendente eventualmente escolhido.
e. um novo anúncio fará saber ao eventual pretendente que a viúva oportunamente o procurará.

      14. Entre os excertos abaixo, assinale aquele que o autor cria uma metáfora de "vida":

a.      ... como se descompõem os homens, acionistas e diretores, importadores e industriais...
b.    ... o meu espírito, estendendo e juntando as mãos e os braços, como fazem os nadadores, que caem do alto, mergulhou por uma coluna abaixo.
c.       ... a meia-idade, zona em que as paixões arrefecem, onde as flores vão perdendo a cor purpúrea e o viço eterno.
d.     ... a travessia ainda é longa, o mar é agitado, o navio joga muito.
e.     ... o remédio é a solidão, a vida retirada, em que a alma acha todo o seu sossego.
Gabarito
1-.a; 2-b; 3-c; 4-a; 5-d; 6-e; 7-a; 8-a; 9-b; 10-c; 11-e; 12-e, 13b; 14-d

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Português IME

PROVA OBJETIVA – LÍNGUA PORTUGUESA: 28/10/11 IME

LEIA OS TRÊS TEXTOS A SEGUIR E RESPONDA ÀS QUESTÕES DE 01 A 15.
TEXTO I
ESPAÇO E TEMPO
Tanto Aristóteles quanto Newton acreditavam no tempo absoluto. Isto é, acreditavam que se pode, sem qualquer ambiguidade, medir o intervalo de tempo entre dois eventos, e que o resultado será o mesmo em qualquer mensuração, desde que se use um relógio preciso. O tempo é independente e completamente separado do espaço. Isso é no que a maioria das pessoas acredita; é o consenso. Entretanto, tivemos que mudar nossas ideias sobre espaço e tempo. Ainda que nossas noções, aparentemente comuns, funcionem a contento quando lidamos com maçãs ou planetas, que se deslocam comparativamente mais devagar, não funcionam absolutamente para objetos que se movam à velocidade da luz, ou em velocidade próxima a ela. […]
Entre 1887 e 1905 houve várias tentativas [...] de explicar o resultado de experimentos [...] com relação a objetos que se contraem e relógios que funcionam mais vagarosamente quando se movimentam através do éter. Entretanto, num famoso ar tigo, em 1905, um até então desconhecido funcionário público suíço, Alber t Einstein, mostrou  que o conceito de éter era desnecessário, uma vez que se estava querendo abandonar o de tempo absoluto. Ponto semelhante foi abordado poucas semanas depois por um proeminente matemático francês, Henri Poincaré. Os argumentos de Einstein eram mais próximos da Física do que os de Poincaré, que abordava o problema como se este fosse matemático. Einstein ficou com o crédito da nova teoria, mas Poincaré é lembrado por ter tido seu nome associado a uma par te impor tante dela.
O postulado fundamental da teoria da relatividade, como foi chamada, é que as leis científicas são as mesmas para todos os observadores em movimento livre, não impor ta qual seja sua velocidade. Isso era verdadeiro para as leis do movimento de Newton, mas agora a ideia abrangia também outras teorias e a velocidade da luz: todos os observadores encontram a mesma medida de velocidade da luz, não importa quão rápido estejam se movendo. Essa simples ideia tem algumas consequências notáveis: talvez a mais conhecida seja a equivalência de massa e energia, contida na famosa equação de Einstein E=mc2 (onde E significa energia; m, massa e c, a velocidade da luz); e a lei que prevê que nada pode se deslocar com mais velocidade do que a própria luz. Por causa da equivalência entre energia e massa, a energia que um objeto tenha, devido a seu movimento, será acrescentada à sua massa. Em outras palavras, essa energia dificultará o aumento da velocidade desse objeto. [...]
Uma outra consequência igualmente considerável da teoria da relatividade é a maneira com que ela revolucionou nossos conceitos de tempo e espaço. Na teoria de Newton, se uma vibração de luz é enviada de um lugar a outro, observadores diferentes deverão concordar quanto ao tempo gasto na trajetória (uma vez que o tempo é absoluto), mas nem sempre concordarão sobre a distância percorrida pela luz (uma vez que o espaço não é absoluto). Dado que a velocidade da luz é apenas a distância que ela percorre, dividida pelo tempo que leva para fazê-lo, diferentes observadores poderão atribuir diferentes velocidades à luz. Segundo a teoria da relatividade, por outro lado, todos os observadores deverão concordar quanto à rapidez da trajetória da luz. Podem, entretanto, não concordar com a distância percorrida, tendo então, que discordar também quanto ao tempo gasto no evento. O tempo gasto é, no final das contas, apenas a velocidade da luz – sobre a qual os observadores concordam – multiplicada pela distância que a luz percorreu – sobre a qual eles não concordam. Em outras palavras, a teoria da relatividade sela o fim do conceito de tempo absoluto! Parece que cada observador pode obter sua própria medida de tempo, tal como registrada pelo seu relógio, e com a qual relógios idênticos, com diferentes observadores, não concordam necessariamente.
HAWKING, Stephen W. Uma breve história do tempo. São Paulo: Círculo do livro, 1988. p.30-33. (adaptado)
TEXTO II
INÉRCIA: A PRIMEIRA LEI DE NEWTON
As leis de Newton tratam da relação entre força e movimento. A primeira pergunta que elas procuram responder é: “O que acontece com o movimento de um corpo livre da ação de qualquer força?”

Podemos responder a essa pergunta em duas partes. A primeira trata do efeito da inexistência de forças sobre o corpo parado ou em repouso. A resposta é quase óbvia: se nenhuma força atua sobre o corpo em repouso, ele continua em repouso. A segunda parte trata do efeito da inexistência de forças sobre o corpo em movimento. A resposta, embora simples, já não é óbvia: se nenhuma força atua sobre o corpo em movimento, ele continua em movimento. Mas que tipo de movimento? Como não há força atuando sobre o corpo, a sua velocidade não aumenta, nem diminui, nem muda de direção. Por tanto o único movimento possível do corpo na ausência de qualquer força atuando sobre ele é o movimento retilíneo uniforme.

A primeira lei de Newton reúne ambas as respostas num só enunciado: um corpo permanece em repouso ou em movimento retilíneo uniforme se nenhuma força atuar sobre ele. Em outras palavras, a Primeira Lei de Newton afirma que, na ausência de forças, todo corpo fica como está: parado se estiver parado, em movimento se estiver em movimento (retilíneo uniforme). Daí essa lei ser chamada de Princípio da Inércia.

O que significa inércia?

Inércia, na linguagem cotidiana, significa falta de ação, de atividade, indolência, preguiça ou coisa semelhante. Por essa razão, costuma-se associar inércia a repouso, o que não corresponde exatamente ao sentido que a Física dá ao termo. O significado físico de inércia é mais abrangente: inércia é “ficar como está”, ou em repouso ou em movimento. Devido à propriedade do corpo de “ficar como está” depender de sua massa, a inércia pode ser entendida como sinônimo de massa.
GASPAR, Alberto. Física: Mecânica. 1. ed. São Paulo: Ática, 2001. p. 114-115. (adaptado)

TEXTO III
PACIÊNCIA -  Composição : Lenine e Dudu Falcão
(1) Mesmo quando tudo pede
(2) Um pouco mais de calma
(3) Até quando o corpo pede
(4) Um pouco mais de alma
(5) A vida não para...

(6) Enquanto o tempo
(7) Acelera e pede pressa
(8) Eu me recuso, faço hora
(9) Vou na valsa
(10) A vida tão rara...

(11) Enquanto todo mundo
(12) Espera a cura do mal
(13) E a loucura finge
(14) Que isso tudo é normal
(15) Eu finjo ter paciência...

(16) O mundo vai girando
(17) Cada vez mais veloz
(18) A gente espera do mundo
(19) E o mundo espera de nós
(20) Um pouco mais de paciência...

(21) Será que é tempo
(22) Que lhe falta para perceber?
(23) Será que temos esse tempo
(24) Para perder?
(25) E quem quer saber?
(26) A vida é tão rara
(27) Tão rara...

(28) Mesmo quando tudo pede
(29) Um pouco mais de calma
(30) Até quando o corpo pede
(31) Um pouco mais de alma
(32) Eu sei, a vida não para
(33) A vida não para, não...

(34) Será que é tempo
(35) Que lhe falta para perceber?
(36) Será que temos esse tempo
(37) Para perder?
(38) E quem quer saber?
(39) A vida é tão rara
(40) Tão rara...

(41) Mesmo quando tudo pede
(42) Um pouco mais de calma
(43) Até quando o corpo pede
(44) Um pouco mais de alma
(45) Eu sei, a vida não para
(46) A vida não para...
(47) A vida não para...
Disponível em:<http://www.vagalume.com.br/lenine/paciencia.html>Acesso em 01 jun 11.

Questão 01
Quanto aos três textos é possível dizer que
(A) nada acrescentam sobre o conhecimento que se tem a respeito do tempo. Tanto para a Física quanto para o eu lírico, que se revela estarrecido diante da vida, nada se pode fazer diante do tempo, que é inexorável.
(B) por serem de tipologias diferentes, é impossível dizer que há semelhança entre os temas.
(C)de alguma maneira, todos perpassam pela questão do tempo e das mudanças ou movimentos que
acontecem entre os eventos. A ciência busca entender e formalizar essas percepções, enquanto o artista simplesmente revela suas emoções diante delas.
(D) compartilham a mesma percepção entre tempo e movimento, relação que é percebida pelo eu lírico do texto III.
(E) embora sejam textos de tipologias semelhantes, seus enfoques temáticos são bastante distintos.

Questão 02
O texto I conclui que
(A) por mais que se estude sobre o tempo, ainda não se pode afirmar que o conceito de tempo absoluto está equivocado.
(B) o conceito de movimento e sua relação com a velocidade nos levam a entender a necessidade do éter nos estudos feitos por Einstein.
(C) a teoria da relatividade, publicada em 1905 por um até então desconhecido funcionário público chamado Einstein, prega uma série de equívocos somente hoje constatados pelos físicos.
(D) os estudos de Einstein, publicados em 1905, confirmam as ideias de Aristóteles e Newton sobre o conceito de tempo absoluto, isto é, o tempo é independente e completamente separado do espaço.
(E) a Física, depois de Einstein, aponta que o tempo é algo relativo, pois a medida de tempo depende do referencial adotado pelo observador.
Questão 03
A respeito dos textos I, II e III, uma das opções abaixo é INCORRETA. Assinale-a.
(A)  O texto I tem muitos aspectos de um texto narrativo, embora a narração esteja a serviço de uma argumentação a par tir de achados científicos.
(B)  Os textos I e II, apesar de serem ambos exposições de caráter científico, tratam de assuntos divergentes. O texto I explica a teoria da relatividade publicada por Einstein e o texto II tem por objetivo estabelecer diferenças entre o significado de inércia para a Física e para a linguagem popular.
(C)  O texto II, apesar de ter sido extraído de um livro didático da disciplina de Física, explica diferentes usos e significados de uma mesma palavra (inércia) em linguagem popular, cotidiana e em linguagem acadêmica.
(D)  O texto III revela uma constatação do eu lírico: a vida não para, nem mesmo para apreciar o quanto ela própria é rara.
(E)  Para explicar o conceito de inércia, o autor do texto II precisa falar em movimento e repouso. Tanto o movimento quanto o repouso, por sua vez, estão relacionados à ideia de tempo, por isso o conceito

Questão 04
Assinale a opção em que as palavras do texto III per tencem ao mesmo campo semântico:
(A) veloz (v.17), pressa (v.7), calma (v.2) e corpo (v.3).
(B)  paciência (v.15), calma (v.2), pressa (v.7) e cura (v.12).
(C)  tempo (v.6), calma (v.2), veloz (v.17) e alma (v.4).
(D)  veloz (v.17), pressa (v.7), calma (v.2) e tempo (v.6).
(E)  veloz (v.17), calma (v.2), loucura (v.13) e paciência (v.15).

Questão 05
Quanto aos textos II e III é possível depreender que:
(A)  o eu lírico, no texto III, faz um questionamento sobre a continuidade da vida que vai ao encontro do conceito acadêmico de inércia apresentado no texto II.
(B)  só é possível relacionar as percepções do eu lírico ao conceito popular de inércia apresentado no texto II, já que se trata de uma canção.
(C)  os dois textos tratam de assuntos que não guardam semelhança alguma.
(D)  o movimento de que trata o eu lírico no texto III não enfatiza o raciocínio físico que predomina no texto II.
(E)  os dois textos buscam resposta para um questionamento científico.

Questão 06
Em um dos trechos abaixo destacados, o vocábulo sublinhado per tence a distintas classes gramaticais. Assinale-o:
(A) O tempo é independente e completamente separado do espaço. Isso é no que a maioria das pessoas acredita;  é o consenso. Entretanto, tivemos que mudar nossas ideias sobre espaço e tempo.” (Texto I, 1º. parágrafo)
(B) “Ponto semelhante foi abordado poucas semanas depois por um proeminente matemático francês, Henri Poincaré. Os argumentos de Einstein eram mais próximos da Física do que os de Poincaré, que
abordava o problema como se este fosse matemático.” (Texto I, 2o
 parágrafo)
(C)  “mas agora a ideia abrangia também outras teorias e a velocidade da luz: todos os observadores encontram a mesma medida de velocidade da luz, não impor ta quão rápido estejam se movendo.” (Texto I, 3º. parágrafo)
(D) Por causa da equivalência entre energia e massa, a energia que um objeto tenha, devido a seu movimento, será acrescentada à sua massa. (Texto I, 3º. parágrafo)
(E) “diferentes observadores poderão atribuir diferentes velocidades à luz. (Texto I, último parágrafo)

Questão 07
Observe:
“Coesão referencial é aquela que cria, no interior do texto, um sistema de relação entre palavras e expressões, permitindo que o leitor identifique os referentes sobre os quais se fala no texto.
Coesão sequencial é aquela que cria, no interior do texto, condições para que o discurso avance.”
(ABAURRE, Maria Luiza M. & PONTARA, Marcela. Gramática: Texto: Análise e construção de sentido. São Paulo:  
Moderna,2006. P. 242 (adaptado).)
Nos 03 (três) fragmentos destacados a seguir, algumas palavras fazem a coesão referenciale outras a coesão sequencial.
Fragmento I
Essa simples ideia tem algumas consequências notáveis: talvez a mais conhecida seja a equivalência de massa e energia, contida na famosa equação de Einstein E=mc2 (...)”. (Texto I, 3º. parágrafo)

Fragmento II
Como não há força atuando sobre o corpo, a sua velocidade não aumenta, nem diminui, nem muda de direção. Portanto o único movimento possível do corpo na ausência de qualquer força atuando sobre ele é o movimento retilíneo uniforme.” (Texto II, 2º. parágrafo)

Fragmento III
“Um corpo permanece em repouso ou em movimento retilíneo uniforme se nenhuma força atuar sobre ele.” (Texto II, 3º. parágrafo)

Indique a opção em que se fez uma análise equivocada dos elementos coesivos destacados nos fragmentos acima.
(A) O uso de flexões do modo subjuntivo seja (fragmento I) e atuar (fragmento III), antecedidas pelo advérbio talvez e pela conjunção se, respectivamente, são exemplos de coesão sequencial.
(B) O uso do pronome essa (fragmento I), que retoma um fato explicado anteriormente, e a substituição do termo corpo (fragmento III) pelo pronome ele são exemplos de coesão referencial.
(C) O vocábulo como (fragmento II) é uma conjunção que se refere ao substantivo corpo e o vocábulo sua (fragmento II) é um pronome possessivo também relacionado ao substantivo corpo. Os dois elementos analisados são exemplos de recursos coesivos sequenciais.
(D) A conjunção portanto (fragmento II) introduz uma ideia conclusiva em relação ao que foi enunciado anteriormente; a conjunção se (fragmento III) introduz uma oração condicional e poderia ser substituída pela locução desde que sem prejuízo de significado. Ambas são exemplos de coesão sequencial.
(E)  Como (fragmento II) é uma conjunção subordinativa e, por tanto, um recurso coesivo sequencial.

Questão 08
Assinale a opção em que o emprego da vírgula justifica-se pelo mesmo motivo de sua ocorrência no trecho a seguir destacado:
“Se nenhuma força atua sobre o corpo em repouso, ele continua em repouso.”
(A) “A resposta, embora simples...” (Texto II, 2º. parágrafo)
(B) “Como não há força atuando sobre o corpo, a sua velocidade não aumenta,” (Texto II, 2º.parágrafo)
(C) “a sua velocidade não aumenta, nem diminui,” (Texto II, 2o parágrafo)
(D) “Em outras palavras, a Primeira Lei de Newton...” (Texto II, 3o
 parágrafo)
(E) “parado se estiver parado, em movimento se estiver em movimento” (Texto II, 3o parágrafo)

Questão 09
Quanto à função sintática de termos do texto III abaixo destacados:
I. “tudo” (v. 1), “eu” (v. 8), “todo mundo” (v. 11), “mundo” (v. 16) e “nós” (v. 19) exercem a função sintática de sujeito.
II. “Um pouco mais de calma” (v. 2), “um pouco mais de alma” (v. 4), “hora” (v. 8), “a cura do mal” (v. 12),
“que isso tudo é normal”(v. 14) exercem função sintática de objeto direto.
III. “Mais” e “veloz” (v. 17) são adjuntos adverbiais de intensidade.
Assinale a alternativa correta.
(A) Os itens I, II e III estão corretos.
(B) Somente os itens I e II estão corretos.
(C) Somente os itens II e III estão corretos.
(D) Somente o ítem II está correto.
(E) Somente o ítem III está correto.

Questão 10
Assinale a alternativa em que está CORRETA a classificação morfológica das palavras mesmo e até que iniciam as orações subordinadas adverbiais nos versos:
“Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma” e “até quando o corpo pede um pouco mais de alma”
(A) A palavra até é uma preposição com sentido de lugar e a palavra mesmo é um pronome.
(B) Ambas são palavras denotativas de retificação.
(C) Ambas são palavras denotativas de inclusão.
(C) Ambas são preposições que se unem à conjunção quando para dar sentido ao elemento coesivo.
(E) Ambas são preposições denotativas de realce.

Questão 11
A vida não para (v. 5)/a vida tão rara (v.10) um pouco mais de calma (v. 2)/um pouco mais de alma (v.4)
Dentre as alternativas abaixo, assinale aquela em que a mudança de significado se estabelece por motivo diferente da que se encontra nos versos acima destacados de Lenine e Dudu Falcão:
(A) Casei (verbo casar) com meu amigo – Cacei (verbo caçar) com meu amigo;
(B) A manga (fruta) é amarela – A manga (par te de vestimenta) é amarela;
(C) Eu vi (verbo ver) – Eu vim (verbo vir);
(D) As faces (rostos) de uma mulher – As fases (mudança de estado) de uma mulher;
(E) Falou-se no feto (produto da gestação) – Falou-se no veto (interdição).

Questão 12
Assinale a alternativa em que as orações abaixo, que aparecem destacadas nos textos, exercem função de substantivo e de adjetivo em relação à sua oração principal, respectivamente.
(A) “que o conceito de éter era desnecessário” (Texto I, 2º parágrafo) - “que prevê” (Texto I, 3º parágrafo);
(B) “se uma vibração de luz é enviada de um lugar a outro” (Texto I, último parágrafo) - “que um objeto tenha” (Texto I, 3º parágrafo);
(C)  “que elas procuram responder” (Texto II, 1º parágrafo) - “ele continua em movimento” (Texto II, 2º parágrafo);
(D) “A resposta” (Texto II, 2º parágrafo) - “todo corpo fica como está” (Texto II, 3º parágrafo);
(E) “ter paciência...” (Texto III, v. 15) - “Para perder?” (Texto III, v. 24).

Questão 13
Assinale a alternativa em que a análise da relação de sentido expressa pelo elo coesivo destacado em negrito está EQUIVOCADA.
(A) “o resultado será o mesmo em qualquer mensuração, desde que se use um relógio preciso”. (Texto I, 1º. parágrafo)
  Relação de condição: apresenta uma condição relativamente ao que se afirma na oração anterior.
(B) “O tempo é independente e completamente separado do espaço. Isso é no que a maioria das pessoas acredita; é o consenso. Entretanto, tivemos que mudar nossas ideias sobre espaço e tempo”. (Texto I, 1º. parágrafo)
  Relação de oposição: apresenta uma argumentação contrária ao que foi dito antes.
(C) “ Ainda que nossas noções, aparentemente comuns, funcionem a contento quando lidamos com maçãs ou planetas, que se deslocam comparativamente mais devagar, não funcionam absolutamente para
objetos que se movam à velocidade da luz, ou em velocidade próxima a ela”. (Texto I, 1º. parágrafo)
  Relação de concessão: introduz uma ideia de quebra de uma expectativa em relação ao que se espera.
(D) “mostrou que o conceito de éter era desnecessário, uma vez que se estava querendo abandonar o de tempo absoluto”. (Texto I, 2º. parágrafo)
  Ligação de alternância: introduz uma oração cujo conteúdo exclui o conteúdo da outra.
(E) “Como não há força atuando sobre o corpo, a sua velocidade não aumenta, nem diminui, nem muda de direção. Portanto o único movimento possível do corpo na ausência dequalquer força atuando sobre ele é o movimento retilíneo uniforme”. (Texto II, 2O parágrafo)
  Ligação conclusiva: introduz uma conclusão relativamente ao enunciado anterior.

Questão 14
Os versos destacados a seguir servem de base para esta questão.
“A gente espera do mundo” / “E o mundo espera de nós” (v. 18 e 19, Texto III)
A construção de sentido do texto Paciência é elaborada, basicamente, pelo jogo de oposições. Os autores dos versos exploram duas ocorrências do termo mundo em diferentes contextos sintáticos para manterem esse jogo que conduz a letra da canção.
Assinale a alternativa em que a função sintática desempenhada pelo termo mundo nos versos acima está corretamente identificada.
(A)  objeto direto/sujeito
(B)  adjunto adverbial/adjunto adnominal
(C)  adjunto adverbial/sujeito
(D)  sujeito/objeto direto
(E)  objeto indireto/sujeito
Questão 15
Considere a seguinte afirmação de Heráclito de Éfeso (2500 a. C.) para responder a esta questão:
“Uma pessoa não entra no mesmo rio duas vezes, porque ambos estão em constante mudança e transformação.”
I.  A afirmação constitui-se de um período composto por coordenação.
II. A afirmação constitui-se de um período composto por subordinação.
III. A oração iniciada pela conjunção “porque” introduz uma explicação.
Assinale a alternativa correta.
(A)  Somente o item III está correto.
(B)  Somente o item II está correto.
(C)  Somente os itens I e III estão corretos.
(D)  Somente os itens II e III estão corretos.
(E)  Todos os itens estão corretos.
GABARITO
1-c; 2-e; 3-b; 4-d;5-d; 6-b;7-c; 8-b; 9-d;, 10-c; 11-b; 12-a; 13-d; 14-c; 15-c

PRODUÇÃO DE TEXTO:
Instruções:
1.  Não copie trechos dos textos nem dos fragmentos de textos apresentados.
2.  Redija seu texto em prosa, de acordo com a norma culta escrita da língua portuguesa.
3.  Redija um texto de 25 (mínimo) a 35 linhas (máximo).
4.  Atribua um título a seu texto.
Considerando a coletânea de textos apresentada nesta prova, a definição da palavra abaixo e o poema de Camões a seguir, reflita sobre a ideia de mudança a que eles remetem. A par tir de sua reflexão, elabore um texto dissertativo-argumentativo em que você discorra sobre a necessidade inerente ao ser humano de estar em contínua mudança, seja no aspecto psicológico, social, científico ou tecnológico, e sua consequente necessidade de adaptação a essas mudanças. Utilize informações e argumentos que deem consistência a seu ponto de vista.
Definição
Mudança: substantivo feminino.
1. Algo que sai da condição, estado natural daquele em que se encontrava;
2. Modificação parcial ou total de algo; transformação;
3. Transferência para outro local;
4. Troca de uma coisa por outra;
5. Alteração nociva das características de algo, desfiguração; deturpação;
6. Retirada da posição original ou daquela em que estava; remoção.
HOUAISS, Antônio; VILLAR, Mauro de Salles; FRANCO, Francisco Manoel de Mello. Dicionário Houaiss da LínguaPortuguesa. 2.ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 2004.(Adaptado)

MUDAM-SE OS TEMPOS, MUDAM-SE AS VONTADES
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.

Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.

O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.

E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía.
CAMÕES, Luís Vaz de. Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades. Disponível em <http://pt.wikisource.org/wiki/
Mudam-se_os_tempos_mudam-se_as_vontades>. Acesso em 20 jun 2011.
Glossário: soer: verbo 1.  ser comum, frequente; costumar; 2.  ter por hábito.
HOUAISS, Antônio; VILLAR, Mauro de Salles; FRANCO, Francisco Manoel de Mello. Dicionário Houaiss da
Língua Portuguesa. 2.ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 2004.(Adaptado)

O ASSASSINO ERA O ESCRIBA

O assassino era o escriba Neste poema, o autor critica o uso  de ironia e duplo sentido quando se refere aos termos empregados nas...